UMA CRÍTICA AOS “CEM ANOS DE SOLIDÃO” DE GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ: QUANDO A ARTE ROMANTIZA A DECADÊNCIA HUMANA
Por Josimar Salum
Gabriel García Márquez é celebrado como um dos maiores escritores do século XX. Sua obra Cem Anos de Solidão, publicada em 1967, é reverenciada como um dos pilares da literatura latino-americana e mundial, considerada o auge do “realismo mágico”. No entanto, quando a narrativa é analisada à luz da moral e da verdade das Escrituras, revela-se uma obra profundamente marcada por imoralidades, relativismo e distorções éticas, que, embora envoltas em prosa poética, expõem a degradação espiritual da humanidade e a ausência de Deus.
A trama acompanha sete gerações da família Buendía, na fictícia cidade de Macondo, e usa a solidão como símbolo do destino humano. Mas, por trás da beleza literária, o livro descreve com naturalidade e até com certo encanto o incesto, a prostituição, a erotização precoce, o fatalismo e o espiritismo, sem qualquer arrependimento ou juízo moral. Assim, o que muitos veem como “magia e arte” é, na verdade, uma representação da decadência espiritual do homem sem Deus.
Desde o início, Márquez constrói sua história sobre o alicerce do pecado hereditário. José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, primos entre si, fundam a linhagem amaldiçoada de Macondo. O incesto, repetido ao longo das gerações, é apresentado como fatalidade inevitável e até poética. O autor escreve: “Aureliano Babilônia e Amaranta Úrsula, sem saber, estavam repetindo o mesmo pecado original de seus antepassados.” Essa repetição, tratada como símbolo do destino humano, ignora a verdade moral revelada por Deus, que chama o incesto de abominação. Em Levítico 18:6–18, está escrito: “Ninguém se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez.” O que Márquez chama de herança familiar, a Bíblia chama de corrupção.
A sexualidade é outro eixo da narrativa. Márquez descreve o desejo carnal como força inevitável, sem pureza nem limites. O sexo é apresentado como curiosidade natural, como aprendizado, e até como alívio emocional. Um dos trechos mais citados diz: “Na cama, ela ensinou a ele o que sabia e o que imaginava.” São cenas que retratam relações entre adultos e adolescentes, adulterações e experiências sem pudor. Em toda a obra, não há arrependimento nem consequência moral; o prazer é fim em si mesmo. A Palavra de Deus, porém, ensina o oposto: “Fugi da imoralidade… o vosso corpo é templo do Espírito Santo.” (1 Coríntios 6:18–20). A literatura de Márquez transforma o que a Bíblia define como fornicação em expressão estética, relativizando o pecado e banalizando o corpo humano.
A prostituição também é normalizada e até exaltada. Pilar Ternera, prostituta e vidente, é retratada como figura maternal e conselheira. O prostíbulo se torna um espaço de afeto e sabedoria popular. Márquez não denuncia o pecado, mas o envolve em humanidade e nostalgia, apresentando a degradação como parte da vida. A Bíblia, ao contrário, é categórica: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio… porém aos fornicadores e adúlteros Deus julgará.” (Hebreus 13:4). A prostituição é uma ferida, não uma arte; é sinal da ausência de Deus e da distorção do amor verdadeiro.
Outra mazela grave é a violência contra os inocentes. Há cenas de abuso e exploração infantil narradas sem condenação moral. Em um dos trechos mais perturbadores, “os soldados arrastaram a menina de doze anos, que ainda brincava com bonecas.” Márquez parece apenas registrar o fato, sem denunciar o crime, como se fosse parte da brutalidade inevitável da guerra. Mas Jesus advertiu: “Qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos… melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho.” (Mateus 18:6). Onde Márquez mostra indiferença, o Evangelho revela juízo.
Além da imoralidade sexual e da violência, Cem Anos de Solidão está impregnado de espiritismo e superstição. Os mortos aparecem, conversam e orientam os vivos; a linha entre vida e morte é apagada. Em uma passagem típica do “realismo mágico”, Márquez escreve: “Os mortos voltavam a conversar com os vivos como se nunca tivessem partido.” Esse tipo de narrativa, embora artística, difunde práticas que as Escrituras condenam severamente. “Não se achará entre ti quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor.” (Deuteronômio 18:10–12). O que o livro chama de “mistério poético” é, espiritualmente, uma forma de necromancia disfarçada.
O amor, por sua vez, é reduzido a desejo e possessão. As relações amorosas em Macondo são passionais, possessivas e trágicas, mas nunca puras. O amor se torna sinônimo de obsessão e solidão, não de comunhão e fidelidade. Márquez escreve: “O amor se tornou tão urgente e intenso que pareciam morrer a cada encontro, e ressuscitar um no corpo do outro.” É um amor carnal, sem pureza nem entrega. A Bíblia descreve o amor verdadeiro de maneira oposta: “O amor é paciente, é benigno; não se porta com indecência, não busca os seus interesses.” (1 Coríntios 13:4–5). O amor bíblico é santidade; o amor de Macondo é idolatria do corpo.
Por fim, o eixo filosófico de Cem Anos de Solidão é o fatalismo. Márquez pinta o ser humano como prisioneiro de um destino cíclico, onde os erros se repetem e a redenção é impossível. Cada geração repete a anterior; não há transformação, apenas o eterno retorno da solidão. Essa visão elimina a liberdade moral e a esperança. Ao contrário, o Evangelho proclama libertação: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36). O determinismo de Márquez nega a cruz; seu Macondo vive cem anos de solidão porque nunca conheceu a redenção.
Assim, Cem Anos de Solidão é mais do que uma narrativa trágica — é um espelho da humanidade sem Deus. O livro retrata a vida como repetição de erros, o amor como paixão desregrada, a fé como superstição e o pecado como arte. Em vez de denunciar a decadência, Márquez a embeleza. Em vez de apontar a redenção, celebra a inevitabilidade da ruína. Em termos bíblicos, sua Macondo é uma Babel moderna — brilhante, mas caída; literariamente grandiosa, mas espiritualmente vazia.
A Palavra de Deus, no entanto, é clara: toda obra humana, sem arrependimento, termina em ruína. A glória da literatura não pode encobrir a verdade do juízo. Cem Anos de Solidãomostra o homem perdido em seus próprios labirintos — mas o Evangelho mostra o caminho da saída: Jesus Cristo, que quebra o ciclo da solidão, liberta do pecado e dá sentido à existência.
Márquez escreveu sobre a solidão dos homens; a Bíblia revela a comunhão dos santos.
Ele descreveu o destino inevitável da carne; as Escrituras anunciam a vitória do Espírito.
Ele romantizou a queda; Deus oferece redenção.
Não é o fim do livro, mas no fim, toda “solidão de cem anos” termina diante do trono do Cordeiro, onde não há maldição, nem repetição, nem esquecimento — apenas graça, verdade e vida eterna.
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