SOBRE DÍZIMOS E OFERTAS SEGUNDO A BÍBLIA
Josimar Salum
Algumas considerações:
1 - É impossível pagar a Deus por qualquer coisa que recebamos Dele.
Uma pessoa que é transformada, curada, liberta das drogas ou que receba qualquer grande bênção de Deus na Igreja não tem como e não pode pagar por nada.
É um absurdo desprezar o preço que Jesus pagou com Seu sangue pela salvação completa dessa pessoa quando a própria salvação, a bênção, a cura e a libertação são monetizadas.
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. (1 Pedro 1:18-19).
2 - O dízimo não foi instituído ou praticado como um pagamento para Deus abençoar Seus filhos muito menos nem pelo que tinha já abençoado.
Uma vez que Deus abençoou, Seus filhos, reconhecendo que Ele é o possuidor dos céus e da terra, entregavam o dízimo. Assim, de qualquer modo primeiro Deus os abençoava, depois davam o dízimo. Eu semeio porque Ele me deu a semente para que possa semear. Até o que semeio vem de Deus!
Dizimar e honrar ao Senhor com as primícias eram atos de fé "sem a qual ninguém pode agradar ao Senhor." (Hebreus 11:6).
Foi assim desde o início, desde quando Abrão e Jacó deram os dízimos.
A Bíblia mostra que Abraão não deu o dízimo de tudo o que possuía, mas somente dos despojos que conseguiu pela vitória que Deus lhe deu na guerra contra alguns reis. (Gênesis 14).
E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus... e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. (Gênesis 28:20-22).
No tempo do profeta Malaquias, a razão pela qual os judeus foram desafiados a trazerem os dízimos à Casa do Tesouro foi que não estavam sendo fiéis.
E quando traziam alguma oferta era com engano, pois traziam o pior e não o melhor para o templo de Deus.
Deus afirmou que deveriam dar os dízimos e as ofertas e fazer prova Dele. Ele abriria as janelas dos céus e derramaria sobre eles uma bênção tal até que não houvesse lugar suficiente para a recolherem. Favor conferir o Livro de Malaquias, especialmente capítulo 3 versículo 10.
Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. (I Samuel 15:22).
A bênção continuaria fluindo se eles trouxessem seus dízimos e ofertas à Casa do Tesouro porque é assim que Deus já os tinha abençoado. Precisavam obedecer ao Senhor porque Ele é um Pai abençoador.
A Nova Aliança feita com o sangue de Jesus na Cruz é baseada em que Deus já nos deu Seu Filho e já nos abençoou tão abundantemente que com Ele nos deu todas as coisas.
Aquele que nem mesmo Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas? (Romanos 8:32).
3 - O dízimo e a oferta não são meios de barganha com Deus.
Deus ama a quem dá com alegria, não por necessidade nem por compulsão.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça. (2 Coríntios 9:10).
Deus já resgatou o homem na Cruz do Calvário e já o abençoou com toda a sorte de bênçãos.
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. (Efésios 1:3).
Não existe o que barganhar nem o que negociar com Deus.
4 - Deus ama quem dá com alegria
Em 2 Coríntios, capítulo 9, a semeadura e a colheita são um princípio da Nova Aliança.
Como princípio, a contribuição pode ser maior do que o dízimo, ou seja, maior que dez por cento, como se entende hoje.
A contribuição pode ser maior que o dízimo, porque qualquer um contribui segundo o que propôs no seu coração.
E o faz segundo a sua fé e jamais por avareza, mas também com alegria pode contribuir com menos de 10%, segundo o que propõe em seu coração, não com pesar e nem por obrigação, ou seja, através de uma pessoa estabelecendo o valor de sua oferta.
Não existem dízimos no Novo Testamento. Não há uma só menção que os discípulos nem judeus nem gentios “entregavam” seus dízimos em suas reuniões, ou seja, na Igreja.
Assim é que o discípulo de Jesus pode semear pouco ou semear com abundância, mas sempre segundo o que propor em seu coração.
O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. (2 Coríntios 9:6).
Como princípio a semeadura do povo de Deus está total e exclusivamente relacionada, ou seja, os recursos colhidos têm estes objetivos:
A - A assistência aos santos;
B - Distribuição e doação dos bens aos necessitados;
C - O suprimento das necessidades do povo de Deus;
D - O compartilhamento dos bens com os outros.
Qualquer outra aplicação da semente fora destes termos é antibíblica. Isto é que é roubar a Deus!
As contribuições dos santos também são destinadas a suprirem as necessidades dos que pregam o Evangelho.
Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.
Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? (1 Coríntios 9:9-11).
5 - Jesus resgatou todos os homens e conquistou tudo na Cruz do Calvário
É verdade bíblica incontestável que tudo o que recebemos de Deus já foi conquistado por Jesus na Cruz do Calvário. incluindo todas "as nossas recompensas."
É verdade bíblica incontestável que, nas Escrituras, a primeira vez que aparece a palavra "recompensa" ou "galardão" refere-se ao próprio Deus.
Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão (a tua grande recompensa). (Gênesis 15:1).
Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; Tendo por maiores riquezas o vitupério (infâmia) de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível. (Hebreus 11:24-27).
No contexto de Filipenses 3:13-14, Paulo considerou como perda todas as coisas, pela excelência do Conhecimento de Cristo Jesus.
"Todas as coisas" referem-se tanto às coisas religiosas das quais ele usufruía no Judaísmo quanto a todas as outras relacionadas com a sua vida, riquezas inclusive!
É por causa de Jesus que Paulo sofreu a perda de todas as coisas.
Paulo considerou todas as coisas como escória - do grego “skubala” que significa “excremento humano”. Desculpe-me, não se escandalize, por favor, por eu escrever essa expressão aqui, mas literalmente é o que significa “escória” no texto original.
Como alguém pode renunciar a tudo quanto tem para seguir a Jesus e depois buscar de Deus as mesmas coisas a que renunciou?
Como pode alguém tentar barganhar com Deus, dando-lhe ofertas para que seja abençoado materialmente em benefício próprio?
Naquele texto, qual é o alvo a que Paulo se refere quando diz que prossegue avançando e esquecendo as coisas (aquelas coisas) que atrás ficam?
Conhecer a Jesus, e a virtude da Sua ressurreição, e a comunicação de Suas aflições, e ser feito conforme a Sua morte. (Filipenses 3:10).
Qual é o prêmio que receberemos prosseguindo para o alvo por conta do sacrifício de Jesus na Cruz? Conhecer a Cristo, sofrer por Cristo e ser feito conforme a Sua morte e, por fim, a ressurreição dos mortos.
Para concluir gostaria de afirmar o seguinte:
Iniquidade é tudo o que se opõe à equidade, equivalência ou igualdade.
Estabelecido este conceito, afirmo que é uma iniquidade no seio de uma igreja evangélica, um pastor ganhar 10, 20, 30 vezes mais do que o outro do "ministério", porque igreja não é empresa e não se compensa um obreiro de Deus com base em sua classe ou seu nível, mas com um salário.
Salário, nas Escrituras, tem a ver com sustento, porque aquele que prega o Evangelho deve viver do Evangelho e não se enriquecer do Evangelho.
Se alguém ensina alguma outra doutrina; e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo; e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho (lucro); Aparta-te dos tais.
Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. (1 Timóteo 6:3-11).
Amém.
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