26 fevereiro 2007

Por entre os pensamentos...

Por entre os pensamentos...

Por entre os pensamentos de Deus passou a idéia de criar o homem
Alguém especial semelhante a Ele para desfrutar comunhão
Um ser amado e que tivesse a capacidade de amar também
Livre para escolher, livre para arriscar, livre até para fugir
O homem e a mulher criou Deus. E viu que era muito bom

Entre os pensamentos do homem passou a idéia de ser independente
Mesmo que lhe custasse a vida, a comunhão, a alegria
A sensação da independência, de fato, a escravidão
Numa confusão existencial mórbida entre ter independência e ser livre
Uma escolha fatal, triste, sombria, de consequências eternas
Entre as árvores do jardim, encontraram uma para se esconderem
Livres já não eram mais... Independentes, tornaram-se escravos de si mesmos

Da noite para o dia, foi a tarde e a manhã, o primeiro dia de noite densa
Os barulhos da noite já não eram os mesmos - agora traziam o medo e a incerteza
Respirar, o bater do coração, separaram o viver agora, eternamente, do morrer...
O morrer para sempre se morrer agora.

Perdidos, expulsos, independentes... encontraram um lugar em algum canto
Eles, porém, guardavam no peito, no profundo da alma, a Voz de uma Semente
Redenção, salvação, paz, comunhão – a angústia do passado, sem o agora, e a esperança de futuro
Entre noites e dias, um sentimento depressivo: entre dias e noites - a alegria virá pela manhã
Indo e vindo, porém, caminhavam de olhos fitos nos Céus - de lá todas as tardes o Amigo vinha
Reconciliar, restaurar, trazer de volta ao lar – a saudade que doía no peito em cada entardecer
A mesma tarde de separação tornou-se em tarde de redenção, o entardecer que viu Jesus morrer.