Ninguém
nasce para viver só. Com certeza. Embora muitos estejam rodeados de muita gente
vivem ou pelo menos se sentem sozinhas.
Um homem
que tem muitos amigos pode viver fazendo festas. O que conta é que há amigo
mais chegado que um irmão.
Cada pessoa precisa ter alguém bem chegado muito além
da companhia da diversão, da mesa de jogos, da rodada de bebidas e da companhia
dos bailes e das noites. O ser humano somente se realiza em amar e ser amado, e
isto requer exclusividade que somente a fidelidade e lealdade geram.
Outros
acabam se sentido só porque viveram sempre em torno de si mesmos. Viveram relacionamentos
superficiais, sem compromisso, passageiros. Acaba se sentindo só todo aquele
que só pensa em si mesmo. Nos relacionamentos supérfluos e descartáveis perdeu
a confiança nas pessoas. E hoje vive a colheita das sementes do egoísmo.
Quem
não vive para doar, ajudar o outro, servir e amar tranca-se a si mesmo na cela
da solidão.
Na era
da informação onde “todo mundo sabe de tudo” a Verdade pode não ser conhecida.
Quanto mais velozes chegam notícias mais depressa são engolidas. E as notícias
são a narração de fatos e intepretações dos comunicadores. E velozmente passam
a ser o que todo mundo pensa. E a massificação gera solidão.
É que essas
percepções da realidade, sugestões e informações dos meios de comunicação
infringem a solidão. É preciso se libertar da ilusão das massas. Somente deve
interessar as percepções do que colhemos nos relacionamentos chegados. Fiquei
estarrecido ao ver as pessoas “tão felizes” comemorando em Outubro o fim do
“shutdown” do Governo Americano. Absolutamente nada que lhes diziam respeito,
enquanto muita gente já vivia no “Default” de suas próprias dívidas.
A
pressão exterior para ter que ver o que todos estão vendo e ter que opinar em
sintonia com o que todo mundo está pensando, anulou a identidade própria.
Sem
identidade não há identificação e pessoas assim se sentem sozinhas porque
sumiram no meio das outras.
Você não
nasceu para viver só. Com certeza. Mas quando a pessoa quer se parecer
com a outra e deixar de ser si mesma, ela desaparece e apesar de estar juntinho
de outras pessoas, se sente só. Ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa é
especial. É preciso ter coragem para ser quem é.
A
Sociedade Americana em que vivemos é geradora de soldadinhos de chumbo. A
Liberdade vai pelo ralo quando se vê obrigado a ser o que se convencionou
politicamente aceitável. Não é livre uma pessoa que não pode expressar quem é e
o que pensa. Pessoas no meio da
multidão, sem serem identificadas, desaparecem, se sentem sozinhas, se
angustiam e se deprimem.
Há um
fenômeno no meio da adolescência e juventude Americana conhecido como “Peer Pressure”
em que o garoto obriga-se a si mesmo a se vestir e comportar como o grupo para
poder ser aceito entre os seus pares. Medo de ficar sozinho por não ser aceito.
O
“bullying” só próspera porque a pessoa se sente vitimada. Ela dá importância
sem igual ao que o grupo pensa. É extremamente cruel porque a pessoa se sente
empurrada para a solidão.
Precisamos de verdadeiros amigos, mesmo que sejam
poucos. Amigos sinceros, fiéis, companheiros, quem você almeja dar um passo
para mais perto, para relacionar-se. Apenas tenha coragem de abrir seu coração
e deixar correr as palavras de seus lábios. Não vão concordar sempre um com o
outro, mas vão ser quem são sem precisar provar nada.
Nada
pode substituir nossas conversas interpessoais, nossa aproximação com nossos
semelhantes, nossas longas conversas mesmo por telefone com aqueles que
gostamos de ouvir e sermos ouvidos.
É falsa
a percepção de que por conta da tecnologia a distância entre as pessoas não
existe mais. Famílias continuam distantes, porque nada vai substituir o abraço
apertado de sua mãe, o beijo molhado de seu filho, a refeição de domingo na
casa de sua irmã mais velha.
Solidão é a incapacidade de fazer o que a gente gosta com quem amamos.
Já é
muito bom e funciona como um santo remédio esperança de um encontro iminente,
mesmo que esteja a um ano de distância no tempo. O coração se aquece, a solidão
cede pelos dias que vão passando, quando se vai sonhando o dia tão esperado do
reencontro que se aproxima.
Deus
pensou que não era bom que o homem vivesse só. Um casal que se conhece, homem e
mulher que decidem viver a vida juntos, se aceitarem a despeito de suas
desigualdades, gostos, percepções é a simples resposta para a pessoa não ser
uma ilha.
Não
fique em casa isolado. Mesmo assim, se
sentir-se só... Olha, afinal, você não está só. Deus está perto, distante
apenas por uma palavra. Diga: Jesus! E você vai ver o que quero dizer quando
afirmo que você nunca está só. Nunca esteve só. Nunca ficará só.
(*)
Josimar Salum é Empresário e Escritor. Publicou recentemente o livro O
MANIFESTO: Para Católicos, Evangélicos, Pentecostais e Protestantes.
www.jesusmanifesto.org
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