11 julho 2018

Dispensacionalismo: uma heresia aceita como doutrina cristã. Professor Josimar Salum

Dispensacionalismo: uma heresia aceita como doutrina cristã.
Josimar Salum *


Uma mentira que é repetida inúmeras vezes por diversas pessoas não se torna verdade por repetição.

Nos anos 1500, o padre jesuíta Francisco Ribera escreveu um comentário sobre o livro do Apocalipse que explicava a profecia através de uma interpretação futurista. O objetivo do livro de Ribera era convencer os protestantes de que o sistema papal não era o Anticristo.

Esta interpretação futurista alcançou um cristão europeu. John Nelson Darby (1800-1882), evangelista anglo-irlandês, Ele é considerado o pai do Dispensacionalismo moderno ou Futurismo. Ele é o inventor do arrebatamento secreto. 

“Charles Henry Mackintosh (1820-1896) difundiu os ensinamentos de Darby com seu estilo popular entre as classes mais humildes da sociedade, e poderia ser considerado o repórter do movimento dos Irmãos de Plymouth. Foi considerado responsável por tornar Darby mais conhecido do que qualquer um dos irmãos, embora não fizesse o mesmo com suas idéias ultradispensacionistas. No início do século XX, através da mediação de Margaret E. Barber, os ensinamentos dos Irmãos serviram de influência para o hinário The Little Flock, que Watchman Nee e Witness Lee fizeram.”

Darby influenciou grandemente também um ministro presbiteriano chamado Dr. James H. Brookes, que desenvolveu a Conferência Bíblica Niágara que se reuniu em todos os verões de 1875 a 1897. Os estudos bíblicos ali realizados foram devorados por muitos jovens estudantes ansiosos - um dos quais era Cyrus Ingerson Scofield. Até hoje, Scofield é famoso por sua Scofield Reference Bible, que tem notas de rodapé dispensacionalistas. Assim, as doutrinas de Darby jamais sustentadas anteriormente foram popularizadas nos Estados Unidos por Cyrus Scofield em sua “Bíblia Anotada de Scofield”. Praticamente todos os ensinamentos de Escatologia entre os brasileiros vêm de origem darbista difundidas por Scofield.

O dispensacionalismo é um sistema “teológico cristão” que afirma que Deus empregou diferentes meios de administrar seus planos em diferentes períodos da história humana, onde demonstrou sua graça. 

O que distingue o dispensacionalismo é que ele afirma que Israel como nação e a Igreja como o corpo de Cristo não formam um único povo de Deus, mas dois povos com diferentes profecias, promessas e destinos.

De acordo com este sistema existem sete dispensações:

Inocência: No Éden, Adão e Eva tinham que obedecer ao mandamento divino de não comer da árvore proibida, garantindo assim que eles eram inocentes do pecado. Ambos falharam.

Consciência: Da queda a Noé, o ser humano foi capaz de controlar livremente suas decisões com base no que sua consciência lhe dizia. Eles falharam nisso, pois o desígnio de seu coração era continuamente apenas maligno, em vez de buscar a Deus.

Governo Humano: De Noé a Abraão, uma vez que a consciência pessoal não era um guia adequado para os seres humanos, os governos foram incumbidos de administrar a justiça e a moral.

Promessa: Quando os governos falharam em sua missão, Deus escolheu Abraão para ser o pai da fé e prometeu que nele todas as nações da terra seriam abençoadas.

Lei: De Moisés a Jesus, o ser humano só poderia se aproximar de Deus através do cumprimento da Lei Mosaica. Isso, dada a sua condição perfeita, era impossível de cumprir; Nele é revelado o pecado e a maldição dele.

Graça: Somente reconhecendo a nossa incapacidade de conseguir algo bom (consciência do pecado) podemos reconhecer que Jesus é o único mediador entre Deus e os seres humanos "porque não há outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos".

Reino Milenar: No final dos tempos haverá um período de 1000 anos em que Jesus reinará na terra. Será uma época de esplendor sem precedentes. No final deste tempo, Satanás será libertado com o objetivo de provar pela última vez a fé do ser humano. Depois desse período, o tempo terminará e uma nova terra e um novo céu surgirão, pois tudo o que for conhecido será destruído.

Dispensacionalismo é uma estrutura “teológica” ou uma caixa, uma base pela qual todas as Escrituras são interpretadas. Sem analisar agora sua veracidade, cumpre dizer apenas que as Escrituras devem ser interpretadas dentro desta estrutura, se sucumbida, cai junto com todas as interpretações a ela relacionadas. 

Não é Jesus nem por Jesus que os textos bíblicos são interpretados, mas por um método alheio, externo. Não é a exegese (extrair do texto o seu significado) que impera, mas a eisegese (fazer que o texto diga exatamente o que se quer que diga). 

A partir do momento que você parte para as Escrituras com uma fórmula pré-concebida não são mais os textos que dizem o que querem, mas se tornam a serviço para significar o que se deseja que digam.

“Os dispensacionalistas interpretam a Bíblia literalmente, no sistema conhecido como "interpretação literal da Bíblia", que inclui a gramática, a literalidade e a historicidade da passagem a ser estudada. Segundo os dispensacionalistas na Bíblia a palavra "dispensação" do latim "vai dispensar" (distribuído), traduz duas palavras gregas: "diakonia" ou serviço (2 Coríntios 3: 7-9) e "oikonomia" taxa de administração comissão (1 Coríntios 9:17; Efésios 1:10; 3: 9; Col. 1:25). Significa um "período" ou economia (como o termo grego indica), que se refere à maneira pela qual Deus interage com o ser humano por um certo tempo.”

Entre os postulados dispensacionalistas estão:

1)Pré-milenismo e pré-tribulacionismo

2)A diferença entre Israel e a Igreja

3)O reino literal e futuro de Cristo no milênio

4)A Doutrina da Separação (santificação cristã).

5)A diferença entre lei e graça.

6)A escatologia dispensacionalista afirma que o apocalipse é futuro e profético a partir do capítulo 4.

Nem os apóstolos e nenhum dos homens de Deus na história jamais ensinaram tais coisas. Não há nenhum registro destes ensinos nem nas Escrituras nem nos escritos destes homens de Deus. Darby é o percursor destes ensinamentos e seus discípulos o difundiram em seus escritos.

A Verdade é Jesus. Se você quer ler, estudar, analisar, interpretar e conhecer a Verdade na Bíblia, você precisa de Jesus.

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;” Hebreus‬ ‭1:1-3‬

Qualquer passagem das Escrituras somente pode ser compreendida a partir de Jesus. A Bíblia é a Revelação de Jesus. Jesus é a expressa imagem da Pessoa de Deus. O que Deus pensa, o que Ele diz, como Ele age, como opera, o que faz e como faz é revelado na Pessoa de Jesus. Assim sendo, nenhum ensinamento que não passar integralmente e não encontrar expressão em Jesus é apócrifo, resultado de interpretação falsa, prática alheia e não reflete a Verdade que é Jesus revelada nas Escrituras.

Assim é o sistema dispensacionalista, popularizado entre milhões de pastores que nunca souberam de onde vem, como foi difundido e como foi exposto e que nunca checaram por si sós estes ensinamentos nas Escrituras. Quem geralmente me diz que é estudante profundo de Escatologia de fato estudou mesmo foi dezenas de livros e não as Escrituras.

O Dispensacionalismo além de ser a expressão de um “deus” que muda de acordo com as estações, que não tem nenhum compromisso em atuar no presente e que brinca com os homens durante a história é um “Deus” aterrorizador que não deu conta de realizar a obra de redenção dos homens através de Jesus na cruz do 
calvário.

*Algumas partes deste texto foram extraídas de terceiros e averiguadas de diversas fontes, incluindo autores e “teólogos” dispensacionalistas.

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