13 abril 2020

O Antídoto Contra o Coronavírus. Paulo Emanuel Doro Pereira


- Você já pensou que o antídoto contra o coronavírus pode estar dentro de si mesmo? – Marcos 7:1-23

Quando terminei o bacharel em teologia, ano de 1981 e mesmo antes, havia tomado uma decisão: pregaria sobre todo o conselho de Deus e isto incluiria tocar naqueles assuntos chamados tabus por uns e polêmicos por outros. Política, sexo, aborto, escatologia, disciplina na igreja, crentes endemoniados fariam parte do pacote. Tudo o que o meu pastor durante 17 anos não pregara, eu iria fazer. Dei-me mal. Talvez ele tenha permanecido tanto tempo em uma mesma igreja, ao contrário de mim, exatamente porque nunca abordou os tais temas.

Hoje acordei de madrugada com a nítida sensação que deveria escrever sobre um destes temas: a contaminação do homem.

No texto citado os “purificados”, isto é, os fariseus, junto a um grupo de escribas, vindos de Jerusalém, observaram que os discípulos de Jesus comiam os pães com mãos impuras, ou seja, sem lavar. Não é que eles não se lavavam e sim que, grife esta expressão, os fariseus e TODOS os judeus, não comiam sem lavar o braço até o cotovelo e ao voltar da praça pública se aspergiam, lavavam os copos, os jarros, os vasos de metal, uma variante do texto diz, sem se banharem. Por esta declaração, entendo que eles não seriam alvos do novo coronavírus em nossa geração.
Salomão afirma que “não há nada novo debaixo do sol”; portanto, o novo coronavírus não é novo. E para falar a verdade, nem sei se o próprio Jesus observava as tais práticas de higienização.

Havia também os essênios, que viviam confinados em isolamento social, entre eles a comunidade de Qumran. Alguns especuladores dizem que Jesus e João Batista eram essênios e que viveram sua adolescência e juventude entre o grupo citado. Não creio nesta tese. Pelo tanto de pessoas que viviam em torno de Jesus e do Batista, penso que eles eram pessoas sociáveis em todos os sentidos. 

Paulo, discípulo de Cristo, até ordenou que os irmãos se cumprimentassem com ósculo santo(beijo de amor – 1 Coríntios 16:20), o que certamente era um costume de Jesus (veja-se o beijo de Judas em Lucas 22:47,48).

Embora o contexto não diga que eles estavam vivendo uma pandemia, gostaria de considerar em mais uns poucos parágrafos o que “pode” estar contaminando a nossa época.
Ao reunir-se a multidão em torno de Jesus, após este haver repreendido seus inquisidores, proferiu uma máxima: -“O que sai do homem é que o contamina”. 

Em seguida o Mestre afirma: “O que entra no homem não pode torná-lo impuro, porque entra no ventre e vai para a latrina”. Mas o que sai, isto, sim, contamina o homem.
E o que é que sai do homem? Jesus adianta: intenções malignas, prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, malícia, devassidão, inveja, difamações, arrogância e loucura.

Ouvi de uma convocação para Jejum e Oração nestes dias de Covid-19. Não ouvi nenhum apelo para arrependimento destas coisas que saem do coração dos homens, inclusive arrependimento de loucura. Jesus não disse que o meio ambiente faz o homem louco e sim que a loucura já é inata ao homem. Paulo fala sobre outros fatores que contaminam o homem, a saber, libertinagem, idolatria, feitiçarias(também não disse que ela vem da macumba, agente externo e sim, de dentro), ciúmes, ira, discussões, divisões, discórdia, bebedeiras, orgias e COISAS SEMELHANTES A ESTAS (Gálatas 5:19-21) e continua dizendo que só quem produz o fruto do Espírito herda o Reino de Deus (por indução – Gálatas 5:21-23) e contra esse fruto não há lei.
Concluindo. 

Já sei de cor todo o mantra dos fariseus e dos essênios: higienização exterior e isolamento social. Contudo, será que o meu interior tem sido um campo de forças contrário ao contágio do Covid-19 e de outros vírus que estão por aí?

Ad Majorem Dei Gloriam (Para a maior Glória de Deus)

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