26 março 2025

QUANDO O LEVANTAMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS É APENAS UM MEIO E UM FIM NO EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO



QUANDO O LEVANTAMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS É APENAS UM MEIO E UM FIM NO EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO por Josimar Salum

   Quando o ministério se transforma essencialmente em um meio para levantar dinheiro, em vez de cumprir a comissão de Jesus e servir a igreja, o senhor se tornou Mamom e a piedade uma fonte de lucro. 

   “... Cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 

   Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. 

   Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. 

   Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 

   Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1Timóteo‬ ‭6‬:‭5‬-‭10‬ ‭

   “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mateus‬ ‭6‬:‭24‬ ‭

   O que se observa quando o ministério é apenas um pretexto para se levantar recursos financeiros?

   1 - A motivação é materialista: 

   Se a principal razão para pregar ou ministrar é a obtenção de recursos financeiros, não haverá fidelidade ao Senhor nem a Sua Palavra. A mensagem será agradável a plateia e infiel as Escrituras. 

   “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Timóteo 6:10

   É assim que o amor ao dinheiro se torna a perdição dos pregadores. O que acontece com eles de depravação, heresias, mal testemunho, imoralidade é apenas consequência natural.

   2 - Há manipulação e exploração: 

   Quando o foco é arrecadar fundos, há o risco de manipular a fé dos fiéis, utilizando a espiritualidade como ferramenta para benefício pessoal ou institucional, e isto mais dia menos dia irá minar a confiança dos crentes na liderança da igreja.

   “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.” João‬ ‭10‬:‭1‬, ‭12‬ ‭

   3 - Há desvio da missão: 

   O ministério deve ser, idealmente, um instrumento para promover a transformação pessoal e da igreja. Se o objetivo se resume a levantar dinheiro, a essência do Evangelho e a missão de servir e cuidar das pessoas são negligenciadas.

   “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” 1Pedro‬ ‭5‬:‭2‬-‭3‬ ‭

   4 - São inevitáveis as consequências para a igreja e a comunidade: 

   A percepção de que o ministério é um meio para enriquecer e levar vantagem pessoal levará a desilusão, a decepção e a frustração dos crentes, resultando em perda de engajamento, conflitos internos e, eventualmente, a fragmentação da igreja.

   “E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;” 2Pedro‬ ‭2‬:‭2‬ ‭

   Durante há pelo menos três décadas nota-se claramente o aumento ou a diminuição das visitações  de ministros e cantores nos Estados Unidos. Quando a motivação de pregar ou ministrar se apoia na ideia de aproveitar a desvalorização do real — ou seja, agir de forma oportunista conforme as variações cambiais para atrair mais pessoas ou recursos — isso levanta questões muito sérias. 

   1 - De utilitarismo financeiro: 

   Se a atração de fiéis e recursos se baseia apenas no “timing” econômico — por exemplo, quando o dólar está alto e as doações se tornam mais rentáveis — a missão espiritual pode ser ofuscada pelo interesse financeiro. 

   Essa postura desvirtua a essência do ministério, que deveria priorizar a transformação espiritual e o serviço à comunidade. Razão pela qual pregadores visitantes e itinerantes fazem o máximo para serem agendados e aproveitarem ao máximo as suas estadias no país. Mais agendamentos significam mais faturamento.  

   2 - De manipulação da congregação: 

   Usar fatores econômicos para impulsionar a participação invariavelmente será interpretado como uma forma de manipulação. 

   Em vez de chamar as pessoas para um encontro de fé e comunhão, o foco acaba se voltando para a atração pela pela personalidade e possibilidade de ganhos financeiros momentâneos, o que tem prejudicado a confiança dos crentes.

   3 - De desalinhamento com os valores do Evangelho: 

   A prática de aproveitar condições econômicas favoráveis para atrair recursos contrasta com os ensinamentos bíblicos, que enfatizam a sinceridade, o serviço desinteressado e o amor ao próximo. 

   Quando o interesse se resume a levantar dinheiro, o aspecto de cuidado e dedicação à igreja fica comprometido.

   4 - De mpacto a longo prazo: 

   Essa estratégia pode funcionar a curto prazo, mas tende a minar a credibilidade e a autenticidade do ministério ao longo do tempo. 

   Os crentes em um número cada vez maior tem se desiludido ao perceberem que o foco está mais na arrecadação de fundos do que na prática dos valores do Evangelho.

   Obviamente existem obreiros, pregadores e cantores que realmente vem aos Estados Unidos exclusivamente para abençoar a Igreja e aos fiéis.

   Há ainda os que não vem aqui para transformar o ministério em uma atividade meramente comercial, desviando-o de sua função original de promover o edificação do Corpo de Cristo, o cuidado de vidas e a pregação da mensagem viva do Evangelho.  

   “E, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2Pedro‬ ‭2‬:‭3‬ ‭

   Quando escrevo estas coisas não me refiro com certeza aos fiéis, mas aos vendilhões dos templos evangélicos, estes devotos de Mamom que andam saqueando os arraiais de cidade em cidade com o suporte de alguns pastores.

   “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o Evangelho, que vivam do evangelho." e não que se enriqueçam do Evangelho. (1Coríntios‬ ‭9‬:‭14‬).

   As palavras de Jesus ainda ecoam nestes tempos: 

   "E indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai." Mateus‬ ‭10‬:‭7‬-‭8‬ 

   Ó pastores, pregadores e cantores, vós e nós, de graça recebestes, de graça dai!

   #ASONE

Nenhum comentário: