11 abril 2011

"Uma Regra Uniforme de Naturalização"

Por Josimar Salum

“Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem.” (Salmos 24:1)

Escrevendo como Americano:

Minha esposa, meu filho e eu somos Americanos, porque Deus estabeleceu e determinou que a nossa família habitaria na América do Norte. Creio que Deus mesmo enviou-nos aqui da mesma maneira que Abraão foi enviado para a terra prometida. Para cada um de nós o dia em que fizemos “o juramento” será lembrado o resto de nossas vidas. Foi um dia muito especial! Não deixamos de ser brasileiros, agora temos dupla nacionalidade.

Minha filha, como eu costumo chamá-la - esposa do meu filho – deu a luz ao nosso neto, Nathan, dádiva de Deus, natural da América. E ela mesma está à caminho para ganhar a cidadania americana, graças a uma das muitas leis justas que há nesse país.

Pela nossa Constituição eu sou Americano, agraciado com direitos e deveres, assim como meu neto, que nasceu aqui. Meu neto é brasileiro, mesmo tendo nascido nos Estados Unidos.

Filhos naturais têm os mesmos direitos dos filhos adotivos diante de Deus. Perante a Constituição Americana tenho todos os direitos, menos um, não posso ser eleito Presidente dos Estados Unidos da América.

Talvez eu esteja brincando, mas um dia Nathan pode se tornar Presidente e ele tem todas as chances de se tornar um, tanto quanto Presidente Obama, George W. Bush e qualquer outro Presidente da nossa história. E eu posso garantir que não haverá nenhuma dúvida quanto a sua cidadania. Ele nasceu em Boston, Massachusetts.

Eu sou contra coisas ilegais, qualquer tipo de perturbação da Lei e da Ordem. Sou contra cruzar fronteiras ilegalmente, contra a quebra das leis penais e civis, comportamentos ilegais, qualquer tipo de crime e especialmente contra o terrorismo…

Eu também sou contra todos os tipos de injustiças, opressão, escravidão e qualquer coisa e qualquer um que possa impedir as pessoas na Busca da Felicidade e da Liberdade.

Acredito que aqueles que violam a lei devam ser processados com base na Lei sem desprezar a Justiça, porque nem tudo que é da Lei necessariamente é justo. Acredito também que alguém, mesmo tendo infringido a Lei, possa encontrar misericórdia na sala do Tribunal.

Tenho visto Juízes e Promotores deixando de aplicar a Lei, ou seja, não imputando a condenação, especialmente a jovens, por causa de violações civis e por pequenos atos criminais.

Eu tenho visto a Justiça em todas as instâncias, nos casos que estive acompanhando, seja como pastor, como pai, amigo, mesmo agindo como jurado ou até mesmo como acusado ou acusador.

Mesmo quando uma vez, em que pensei que meu caso não tinha sido tratado com justiça, percebi o equilíbrio na decisão do Juiz, trazendo porteriormente admiração ao meu coração.

A Justiça não se baseia na severidade da aplicação da Lei, porque há Leis que simplesmente não estão certas.

A Justiça reside aqui no fato em que cada um, no Sistema de Justiça dos Estados Unidos, é julgado individualmente. As liberdades individuais são respeitadas aqui como direito inalienável.

A Justiça não deixa de acontecer na possibilidade de um erro ou de um engano, pois estes podem acontecer, mas a Justiça acontece baseada no poder da Democracia desta Nação.

O direito de perseguir (buscar) a felicidade (pursuing happiness) é baseada em liberdades individuais que ainda não desfrutamos em qualquer outro lugar neste planeta: A Liberdade de Expressão, a Liberdade de Fala, a Liberdade de Imprensa, a Liberdade de Culto, a Liberdade de Reunião e a Liberdade de simplesmente ser um indivíduo, etc.

Por aqui a tirania dos Governos e até mesmo dos Tribunais nunca prevalecem, porque indivíduos com esses tipos de liberdades não podem ser manipulados todos ao mesmo tempo, nunca.

Como nossa Nação foi fundada nos princípios de Vida, Liberdade e Justiça, até mesmo os piores criminosos, Americanos ou não, não devem, não podem ser cobrados ou condenados sem terem passado por um processo justo.

Tenho aprendido enquanto leio, assisto filmes, pesquiso, converso horas com amigos sobre a nossa história, que aquilo que desfrutamos hoje é o resultado de homens e mulheres corajosos do passado e do presente, que serviram e servem, que morreram aqui e no exterior em nome desta preciosa jóia chamada Liberdade.

O conceito de "Libertas quae sera tamen" – Liberdade ainda que tardia não cabe na Consciência Americana. Nós queremos liberdade agora, nunca para amanhã.

Mesmo que pessoas de outras nações critiquem nossos erros e injustiças em todo o mundo, sendo um povo imperfeito como somos, a soma de tudo é o que nos faz desfrutar da prosperidade, dos bons sistemas, da boa estrutura desta nação e da garantia de que há sempre esperança para iniciarmos outra vez mesmo após as piores crises econômicas ou sociais, mesmo após destruições naturais e até mesmo após a guerra, que fizeram parte da nossa história.

Originalmente do Brasil, eu trabalhei lá em muitos setores da sociedade. Eu tive o privilégio de fazer parte de grandes movimentos que influenciaram aquela nação. Trabalhei em setores do Governo, em Empresas, na Educação, na Mídia, Artes e Entretenimento, Religião e na Família.

O Brasil tem uma Lei Suprema no País chamada "a Constituição do Cidadão", mas não é assim para os cidadãos, de fato.

A Constituição foi promulgada para o bem estar de toda a sociedade e não para indivíduos como deveria ser. A propósito, esta Constituição de 1986 substituiu muitas outras e tem tido diversas alterações que estão longe de terminar.

O bem estar geral nas sociedades só é possível se cada indivíduo puder obter seu próprio bem estar e de sua família. É o direito de obter a felicidade que torna o indivíduo responsável por si e pelos outros.

Eu não sei quanto a você, mas quando eu leio apenas o preâmbulo da Constituição Americana, percebo sempre que estou tocando tecidos sagrados da civilização.

E imagino aqueles homens votando aquelas palavras como se estivessem em uma Câmara rodeados não somente com seres humanos, mas sob o domínio do Próprio Deus, o Supremo do Universo.

"Nós, o povo dos Estados Unidos, visando formar uma Unidade mais perfeita, estabelecemos Justiça, garantimos Tranqüilidade doméstica, providenciamos para termos uma defesa comum, promovemos o Bem Estar geral e garantimos as Bênçãos da Liberdade para nós mesmos e nossa Posteridade, assim ordenamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América."

É na Constituição Artigo 1 Seção 8 que diz que, entre os muitos poderes, o Congresso tem o poder de "estabelecer uma Regra uniforme de Naturalização. "

Nossa história está cheia de movimentos migratórios, bons e maus, justos e injustos.

Os Estados Unidos tem sido um farol e um refúgio de esperança de geração a geração, tem atraído mais pessoas de outros países do que qualquer outro país do mundo.

Nós somos com efeito uma nação abençoada.

Migração está relacionada com a economia dos EUA desde a época de sua fundação.

De Africanos trazidos sem vontade própria aos Chineses que construiram ferrovias, até os Mexicanos, que plantaram e produziram nossos alimentos que são servidos em nossas mesas…

Aos Europeus, Asiáticos, Latinos, Brasileiros que construiram a nossa infra-estrutura. Eles têm limpado nossas casas e locais de trabalho. Eles têm servido nossos bolinhos e cafés e empreendido nossas indústrias...

Desde Vietnamitas, Afegãos e Iraquianos que migraram para fugir da guerra que nós também provocamos com tanta ira… Eles encontraram aqui os sonhos que nunca tiveram e a abundância que nunca imaginaram.

Há um grito no país vindo de todos os seus habitantes para que haja uma "Regra uniforme de Naturalização" que possa simbolizar a bondade, que materializa as nossas necessidades de segurança e que traz Justiça a milhões de pessoas que entraram aqui legal ou ilegalmente. Muitas vezes ilegalmente, mas tendo que voltar ainda que desejosos de permanecer. Legalmente, mas tornando-se ilegais, porque permaneceram ilegais por conta da falta de leis justas e por causa do nosso sistema migratório falido.

Existem muitos esperando em filas em nossos Consulados ao redor do mundo, que estão dispostos a vir ainda, mas os Consulados não podem aplicar nenhuma lei para permitir que venham.

Nossa propaganda ao redor do mundo acerca de nossa prosperidade e nossa liberdade atraíram qualquer um que se atreveu a sonhar com um lugar chamado de a Terra do Corajoso e a Casa do Livre.

Nós vendemos milhões de filmes e mostramos a nossa juventude bem vestida e bem alimentada, no limite do gozo de extremo conhecimento e oferecendo progresso para todo o mundo.

Nós colecionamos tecnologia e produzimos tanto que tudo junto faz embriagar jovens e velhos, até mesmo crianças morando longe e nos mais diversos lugares, que sonham em crescer apenas para terem meios de mudarem para a América. Fomos campeões em quase tudo e a juventude de outras nações viram o brilho de nossas escolas e desejaram vir.

E todos eles vieram. Com ou sem a nossa permissão legal, todos eles vieram. E eles ficaram. E daí?

Nós escrevemos leis que foram quebradas por nós mesmos e não cuidamos das nossas fronteiras.

Nós autorizamos as nossas empresas contratarem qualquer um durante décadas e nossas fazendas absorveram qualquer ajuda. Gostamos porque precisávamos.

Na história da nossa migração em tempos de abundância, exigimos e demos as boas vindas aos imigrantes. Porém, em tempos de aflição e depressão econômica nós os culpamos, perseguimo-los e queremos que sejam deportados.

Individualmente podemos não ser os responsáveis. Individualmente todos os imigrantes deveriam ser os responsáveis. Porém, já que somos uma nação de indivíduos deveríamos considerar o seguinte:

Os Britânicos vieram e mataram o Americano Nativo. Que ignorância e quanta crueldade! Eles fizeram o que eles achavam que estava certo! Eles estavam errados. E custou muito esforço para que houvesse reconciliação e passamos por um longo tempo de restauração. E até hoje não há uma cura total ainda.

Mas os Britânicos também gostaram das meninas Americanas Nativas (das indiazianhas). E entre eles tiveram filhos. Britânicos com Britânicos… Britânicos e os Americanos Nativos... E eles todos vieram… o Holandês, o Sueco e os Italianos e todos os outros... Eles se casaram entre etinias, moças e rapazes… Suas crianças cresceram. Os nascidos aqui e os de fora casaram-se uns com os outros. Eles construíram casas, plantaram a terra... Construiram instituições, igrejas, escolas, universidades, uma enorme civilização…

No início, começou com uma Comunidade que ainda não terminou de crescer e de se misturar até este dia...

E os primeiros migrantes (os Pilgrims) construíram uma nação como se estivessem construindo um Reino, um Reino para Deus abençoar o povo.

Eles desenvolveram a terra inteira. Eles uniram isso com valores, culturas, tradições, riquezas de diferentes origens e tornaram-se e vieram a ser conhecidos como Americanos.

Aqui estamos nós, natos da terra e de outras nações, uma sociedade baseada no ajuntamento de princípios nunca vistos em qualquer outra nação.

Aqui estamos nós, centenas de anos mais tarde, diante de um desafio de proporções enormes tendo que decidir o que faremos com a nossa herança.

Mais de 12 milhões dos chamados ilegais… Eles podem permanecer ilegais ou não… somente até que o Congresso decida agir…

Talvez desta vez faremos tudo direito e promoveremos uma anistia não só para eles, mas para todos nós, uma vez por todas.

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