12 março 2024

JESUS, OS DISCÍPULOS E AS MULHERES por Josimar Salum



JESUS, OS DISCÍPULOS E AS MULHERES por Josimar Salum  

   Jesus e eles, os discípulos; e elas, as mulheres, que O seguiam por gratidão, sem obrigação, espontânea e voluntariamente, sem constrangimento, senão pelo Amor com que eram amados, cuidados, confortados. 

   Foram libertos de toda a culpa; todos caminhavam em abundante alegria e aonde quer que fossem a Liberdade florescia para todo o tipo de gente, sem distinção, fermentando tudo, palácios e tendas, o templo e as sinagogas, os lares, a vida de cada um. 

   Até a vinda de Jesus, entre os judeus, Deus era uma figura distante, o Deus atrás do véu, de uma manifestação anual, para um sumo sacerdote especial, e sabe se lá se Ele ainda se manifestava mesmo. 

   Ninguém via o que acontecia quando o sumo sacerdote entrava no Santo dos santos! Sabe-se lá se o que os sacerdotes fizeram nos últimos 400 anos antes de Jesus nascer não tivera sido apenas encenação?  Não há nenhum registro de que Deus tenha visitado o templo a não ser no dia em que o anjo visitou o sacerdote Zacarias, pai de João. 

   Não se ouviu dizer que mesmo um anjo tinha se encontrado com alguém durante os últimos 400 anos. 

   E Deus também enviou um anjo para falar com Maria, mãe de Jesus, fato não precedente na sua geração. 

   A partir dai Deus passou a visitar muita gente já que a fenda pela qual orou Isaías “Oh! Se fendesses os céus e descesses” tornou-se uma abertura tão grande que milhares e milhares de anjos subiam e desciam, assistindo ao Rei de toda a Terra Jesus Cristo e a tantos quantos andavam com Ele e haveriam de segui-lo nos próximos séculos e milênios. 

   Para os que podiam no máximo pisar nos átrios do Templo de Jerusalém tudo era baseado no medo e no terror das demandas impossíveis, para se cumprir à risca, e que foram somadas a uma lista adicional interminável, de regras e rituais preparados por uma classe de gente que caprichosamente as inventaram, na busca de agradarem mais ao seu ‘deus’. 

   O ‘deus’ que ao longo dos anos fabricaram, por isto não puderem reconhecer a Jesus como Deus, porque Ele nada tinha que encaixasse a descrição teológica do “deus dos judeus”.  

   Quem pôde perceber a Graça e a Verdade na Antiga Aliança como Abraão e Davi tinham já se transportado para a Nova Aliança antes mesmo de Jesus morrer na Cruz! 

   A lista de preceitos e regras desta classe de gente, a religiosa, que parecia pura e superior para os que a admiravam e a temiam era tão grande quanto eles eram proporcionalmente equiparável à imundícia camuflada por dentro; era tão imunda quanto todo mundo. Gente que não podia amar, porque nunca souberam que o Amor é uma Pessoa! Que quem ama cumpre toda a Lei e debocha de todo preceito e regra! Definitivamente nunca soubera que o fim da Lei é Cristo para Justiça de todo aquele que crê!  

   Os discípulos e as mulheres, pescadores, publicanos, mulheres libertas de sete demônios, gente humilde, sem muitas letras, abandonaram tudo para seguir a Jesus e O seguiram, porque o Seu jugo era suave e o seu fardo era leve. 

   Saíram da religião para a Liberdade dos Filhos de Deus. Não acharam a Jesus. Jesus os achou a eles. Que descoberta! Que empreitada!  “Com Jesus nada de religião; e Ele contradiz absolutamente todas as religiões”. 

   Alguns que antes seguiram João Batista, e mais tarde deixando-o foram seguir a Jesus, chegaram ao fim de toda a religião, nada mais de adoração em templo, nem João jamais cumpriu as obrigações e os turnos que seu pai cumpriu, jamais ofereceu sacrifícios. Eles viviam fora do arraial. Eles foram arrancados do templo e de seus rituais, o Deus de trás da cortina estava entre eles, vivia e comia com Eles, Deus Conosco, Emanuel.  

   Para que ir ao templo se em qualquer lugar Deus vinha se encontrar com eles? Nunca mais se ouviu de algum discípulo seja de João ou de Jesus que estivessem ainda oferecendo qualquer sacrifício no templo. Sim, eles pagaram impostos a César, mas nada de dízimos nem ofertas, nem oferendas, nem pombas nem cordeiros, junto aos sacerdotes, trazidos ao templo. Para quê? Se eles andavam dia a dia com o Cordeiro de Deus, o próprio Filho de Deus, Deus mesmo! Gente bendita! Eles não precisavam ir ao templo, Deus tinha vindo encontrar-se com eles em algum canto de uma estrada empoeirada da Galileia dos gentios. 

   Agora Deus andava com eles como tinha andado com Enoque. E tudo era simples, muito simples, e como eram felizes. Simplesmente viviam com prazer. Que gozo era fazer o que o Pai fazia. 

   Jesus atendeu uma vez a convite, uma festa de casamento. Depois de três dias de festa o vinho velho já havia sido servido por completo e esgotado. Os convidados do noivo, todos já embriagados, querendo mais! Jesus transformou litros e mais litros de água em vinho novo, e beberam tudo, reclamando com o noivo a razão pela qual não tinha ele mandado servir este vinho primeiro. E acabaram de embriagar-se com o vinho novo de Jesus. 

   Jesus fez tudo, criou tudo e qualquer um que queira, usa o que Ele fez e o que Ele criou para seu mal e destruição ou para seu bem e edificação. E só os serventes e sua mãe Maria souberam que Jesus tinha feito um grande milagre, enquanto que Seus discípulos e as mulheres mesmos nem de vinho prescindiam para alegrar o coração. Estes tinham bem perto, a todo o momento, a Alegria de todos os homens e o Desejado de todas as nações. 

   Tão perto que ouviam Jesus espirrar vez em quando, ressonar, enquanto dormia. Quem sabe roncando, deitado sobre um manto estendido na areia, como toda a gente simples? E como dormiam todos bem, que segurança! 

   Mesmo no barco dormindo, quando as ondas se multiplicavam, Seus discípulos acordaram a Ele, atônitos. Jesus dormia, mas estava no barco, como quando parece que Deus está dormindo no meio do fragor das nossas lutas e das nossas tribulações que se exasperam. Jesus acorda, faz cessar os ventos e a tempestade, pois com Jesus no barco, de fato, o barco pode não ir bem, mas estão guardados e se morressem morreriam com Jesus, porque viviam para além do limite do extraordinário.  

   E tudo era muito simples, quando Jesus e os discípulos acordavam, quando caminhavam, quando comiam, quando bebiam e quando voltavam a dormir. Tudo servia de lição eterna, de aprendizado do mundo vindouro, das luzes eternas e benditas dos novos Céus e da nova Terra onde já habita toda a Justiça. Em Jesus é novo Céu e nova Terra hoje! 

   Jesus gostava de uma festa, sem programa, sem planejamento, ‘hoje Zaqueu vou pousar em sua casa’, surpreendeu a Zaqueu e a todos, e vai ter festa, e os discípulos, e as mulheres, e os curiosos, o banquete é preparado velozmente pelo homem dos impostos, e Jesus entra em Sua casa, afeta o mercado de trabalho de toda a cidade. E Zaqueu aquele publicano honesto deseja servir ao Mestre, com o coração tão agradecido, porque Jesus resolveu entrar em sua casa e em sua vida. 

   Servir a Jesus não significa servir a Jesus diretamente. Quem dá aos pobres, reparte seu pão com o faminto, atende aos necessitados, visita aos encarcerados, cobre os que estão nus este é Quem serve a Jesus muito mais que ficar cantando para Ele duas horas. 

   As pessoas dizem ‘eu sirvo a Deus’. Como você serve a Deus? Cantando canções? Por favor, Deus já tem todos os pássaros do mundo cantando para Ele. Dizimando e ofertando? Ele é dono de todo ouro e prata. Por que ele precisaria de seu dinheiro de papel? Você serve a Deus quando você serve o menor de Seus filhos. Em outras palavras você nunca serve a Deus diretamente, a menos que você o faça servindo os outros Jesus e os discípulos, o templo de Herodes mesmo, frequentavam esporadicamente! 

   Somente em dias de festas, quando a multidão de Israel afluía para Jerusalém para cumprir as tarefas da religião, para depois das festas voltarem para casa para serem as mesmas pessoas de antes, como os frequentadores dos templos evangélicos, hoje, na sua grande maioria agem e são - qualquer semelhança não é mera coincidência. 

   E se existe alguma coisa boa na prática da religiosidade são as festas, mas de alegrias passageiras, porque festa e celebração sem Jesus é fossa e depressão esperando no apagar das luzes. 

   Jesus gostava mesmo era das ruas e das casas, de compartilhar o cotidiano dos homens, dos jovens e das crianças, porque quem O serve mesmo, não O serve no templo, mas no dia a dia, nas atividades da vida, nas decisões de cada momento, no encontro com pessoas que como parte da multidão são ovelhas que não tem pastor, das quais o Senhor tem terna compaixão e as socorre bem presente nas suas tribulações. 

   Mas, como arrancar o templo do coração dos homens? O Filho de Deus não tinha onde reclinar a Sua cabeça, mas até hoje querem Lhe dar uma casinha em todo o canto da Terra. 

   “Na verdade não é o que fazemos ou deixamos de fazer que seja o ato de adoração, mas nós mesmos, isto é, a nossa vida em si, consequentemente, tudo o que fazemos é ato de adoração. Cuidamos das pessoas, aquelas de quem somos próximos; de todas as que cruzam o nosso caminho. Isto é adoração.”

   “Pelo mesmo motivo também não temos sacerdotes, pois não precisamos mais de pessoas que façam os sacrifícios para nós, mesmo porque a nossa vida é que é o sacrifício. Nós somos os sacerdotes, mas nenhum de nós é autoridade religiosa. Não temos ninguém maior entre nós, apenas Jesus Cristo. Só Jesus é maior! Ele está vivo entre nós aqui mesmo, agora!” 

   “E não temos homens sagrados em nossa religião. Somos apenas homens sagrados espalhados pelo mundo, mas não homens sagrados de uma religião.  Não temos um dia sagrado. Nossos antepassados tinham um dia sagrado: o sábado. Mas isso era no tempo quando precisávamos ir ao templo levar os animais para que os nossos sacerdotes fizessem os sacrifícios. Agora que nos entregamos ao nosso Deus como sacrifício vivo, o verdadeiro ato de adoração é viver para ele. E vivemos para Ele vivendo para o próximo.” 

   “Não temos uma religião! Nós, seguidores de Jesus, não somos cristãos, porque Cristianismo não é a religião de Jesus Cristo.”

   “Cristianismo é a religião de Constantino, do imperador romano. Porque foi Constantino quem começou a montar de novo tudo o que Jesus Cristo havia desmontado. Foi ele quem começou a construir templos dedicados a Deus, oficializou um dia da semana para os cultos, inventou que prestar culto a Deus é uma coisa que se faz nos templos, nomeou sacerdotes, e começou essa confusão que você está vendo.” 

   “Jesus ensinou que não precisamos mais de templos, sacerdotes, sacrifícios e dias sagrados. Ensinou que Deus é Espírito e importa que os que o adoram, o adorem em Espírito e em Verdade.” 

   #ASONE

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